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Nordestina Desvairada

Nordestina Desvairada

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Maldito Morfeu

Ontem tive o mais belo dos sonhos, daqueles coloridos e cheios de significados. Sonhei com alguém que me protegia, me dava carinho, me aninhava em seu peito e dizia que tudo ficaria bem.
Imagens tão reais desse anseio mascarado em devaneio permaneceram entalhadas em minha mente ao longo do dia. Via com toda clareza aquele rosto que me mostrava carinho, aqueles braços dos quais me passavam calor e aquela boca que pronunciava com todas as letras que o lugar dele era ali, ao meu lado.
Era tudo tão real. Chega a ser cruel ver que tudo foi um sonho. Por que Morfeu me pregou essa peça? Já não basta sonhar acordada com aquilo que não se pode ter? Até no meu momento de descanso e desligamento do mundo eu preciso cair no precipício do “querer e não poder”? Só mesmo o sadismo dos deuses gregos conosco, pobres e suscetíveis mortais.
No meu mundo de sonhos e idéias tudo era tão perfeito que me deparar com a realidade e seu leque de possibilidades tornou-se injusto. Do que me adianta ter um rosto em mente e não uma presença em toque. Imaginar que a plenitude da companhia daquele que poderia ser real não passou de uma válvula de escape para as imagens que bombardeiam constantemente minha vida globalizada.
Se Freud explica nossos sonhos, quero escutar da boca de seus estudiosos à explicação da minha quimera. Saber a raiz do problema, o significado do ato e o presságio escondido que sempre é protelado.
Enquanto respostas não surgem, só me resta vagar pelas ruas à procura daquele que completou minha noite e inquietou o meu dia. Aquele rosto com feições másculas e gentis, de tez pálida, cabelos negros, voz grave e sorriso largo. Quem sabe um dia, o sonho se torna realidade?

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