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Nordestina Desvairada

Nordestina Desvairada

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Bicicleta metafórica

Então...depois de analisar o excesso de imaginação, nada melhor do que vasculhar a falta de coragem!
Hum...já vi que essa vai ser produtiva...

Comece-mos.

Sabe aqueles momentos em que você ensaia na frente do espelho a melhor frase de efeito que poderia ser dita pra alguém e fazer tal pessoa se sentir um lixo sem recorrer ao básico do gueto (entenda isso como os famigerados "vai se fuder", "tomar no cú"e "vai pro caralho")?
Bem... eu confesso que já ensaiei vááárias vezes, mas nunca apliquei. Vale acrescentar que os ensaios sempre ocorriam depois da briga, descussão ou desentendimento ocorrido. Era como uma maneira de rever os acontecimentos, um play-by-play do jogo, com direito a comentários e avaliação dos jogadores.

Treinar depois não adianta de nada, porém só depois é que tudo vem a minha mente. Na hora tudo trava! Palavras não saem, idéias não se formulam, defensa não é elaborada e a única ação que acontece é o choro...

Péssimo isso, mas é a mais pura verdade. Eu não reajo bem a confrontos. Evito-os ao máximo. O porque não faço idéia, pois pelo que bem me lembro da infância, eu era bem desbocada (e ainda sou, mas não quando devo ser ou com quem realmente merece), mas agora como maior de idade pensou muito antes de enfrentar alguém, mais ainda se esse alguém é um amigo que não é mais tão amigo assim...

E a falta de coragem não pára por aí, ela se estende, se ramifica, se espalha pelas minhas ações e pensamentos.

A ausência de coragem na minha vida passa pelas mais variadas instâncias que fazem de mim a Fulana de Tal.
E aqui vai a lista: falta de coragem em falar o que pensa pra certas pessoas, em fazer papel de boba pra certas pessoas, de falar o que sente pra certas pessoas, até de andar de bicicleta - essa é pra mim mesmo.

Vivo escutando os clichês do tipo "tem que arriscar", "se você não fala, não escuta", "o pior que pode acontecer é ser rejeitada" ou "cair da bicicleta"...

Mas cara, meu medo é esse! É CAIR DA BICICLETA, se você me entende...

Ninguém gosta de levar NÃO na cara, principalmente quando se expõe de maneira sincera e emotiva. E eu não quero chegar a derradeira situação de ter que falar pra alguém que ela está errada, que ela mudou, que ela não devia ter feito isso ou aquilo ou que não gosto mais dela. É ridículo, mas são travas que vieram de fábrica e eu não consigo tirar. Magoar é difícil, falar a verdade é complicado e ver que você pode deixar de fazer parte da vida de uma pessoa por uma simples frase discordante é amedrontador.

E assim a falta de coragem vai aumentando, as inseguranças também, e a vontade de falar e não conseguir vai seguindo essa P.G (ou seria P.A...wathever).

Saber enfrentar é uma arte, arte da qual eu não domino. E o mais engraçado é que quem me conhece nem tem noção de como isso é complicado pra mim. Uma coisa é ser expansiva e barulhenta nos momentos de alegria e empolgação, outra coisa é ser expansiva e barulhenta nos momentos de necessidade. Falar é ótimo, falar é necessário, adoro falar, mas preciso aprender a falar até mesmo quando não consigo.

E assim eu vou tentando melhorar meu ser, minha maneira de falar com o mundo, de interagir com ele e não ser engolida por ele.

Se por ventura, como um surto de "gripe coragem", eu conseguir falar o que penso e sinto pras pessoas que merecem ouvir, farei a resenha da situação pra quem quiser saber...mas sem citar nomes, é claro.

Até lá...eu vou continuar treinando no espelho...quem sabe o dia de usar as frases ensaiadas estaja mais próximo...


Até...

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